A Christie, dentre todos nós

Fãs,

Christie, dentre todos nós, é a mais fofa. Christie, dentre todos nós, é a mais calma. Christie, dentre todos nós, é a mais carinhosa. Christie, dentre todos nós, é a menos vaidosa. Se chegam humanos, Pessoa, como pessoa que é, dá boas-vindas, recebe-os e aproveita para se mostrar. Sobe em suas bolsas, escala suas pernas, rouba prendedores de cabelo. Eu venho em seguida. Faz-se silêncio na sala. Eu já sei, conheço a reação. Chego depois para causar impacto. Todos dizem: “O Booooooorges!” Viro as costas e volto pro quarto. Aguardo mais alguns minutos, pois quero aumentar o impacto. Volto pra sala, de novo ouço: “O Boooooooooorges!” Então, entro na sala, como Jesus em Jerusalém. Permito que me toquem com algum cuidado, deixo que façam seus pedidos: “tira uma foto”, “posso pegar no narizinho”, “e colo? Posso!” Colo não. No colo só Pessoa. Pessoa deixa que a peguem, que a joguem, que a apertem. Eu entro na sala igual Jesus, mas é Pessoa que se porta como ele ao morrer pelos humanos. Tonta. “E Christie?”, perguntam… e papai vai até o quarto, pega-a no colo e diz orgulhoso: “essa é a mais fofa!!!” E o público começa: “nossa, como é gorda!”, “ih, tá obesa!”, “Que gatona, né?”, “Engraçado, não dizem que preto emagrece?” Christie, dentre todos nós, a mais fofa. Christie, dentre todos nós, a mais calma. Christie, dentre todos nós, a mais carinhosa; olha com desprezo para todos aqueles humanos e mostra que continuar no quarto dormindo é um prazer maior que qualquer vaidade e convívio social.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato