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A espera

 

Olá, fãs.

Agora é esperar. Todos os dias se repetirão até o dia que não mais se repetir. Há uma desimportância lenta no ar que causa um sono profundo e incômodo, como cair no precipício das repetições em busca do chão. O chão está a uma distância que não sei qual é. Sei que há, não sei se o encontro. Penso se é possível morrer antes de me espatifar, tamanho a demora da queda. Penso, também, que ao invés do chão pode ser uma cama elástica que me jogue infinitamente para o alto. Agora é esperar. Quanto mais respostas buscarmos, mais abismo. Minhas irmãs também dormem. Cada uma com sua angústia: o que acontecerá? Quais serão os ruídos, os cheiros, as visões? Estamos prestes a cruzar uma esquina e algo vai nos acontecer: pode haver um ladrão ou encontrarmos um bilhete premiado. A vida, em geral, é mais sem graça que a imaginação, vira-se a esquina e no máximo há um paralelepípedo rachado. Mesmo assim, só saberei ao dobrar a esquina, ao chegar no fundo do abismo, enquanto isso, é só espera.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

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4 comentários em “A espera

  1. Tbm me sinto assim borginho… Ando muito ansiosa com as varias esperas que a vida esta me proporcionando. Eu preferiria dormir tbm… Mas não sou gato 🙁 não posso!

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