Olá, amigos… digo amigos porque “amiguinhos” não transmite o clima que eu quero. Dispenso as risadinhas hoje. Quero um texto noir.
Chove no Rio de Janeiro (imaginem aqui o barulho da chuva, pois o sonoplasta me sairia muito caro). As ruas estão alagadas. Da minha janela já vi mais de cem corpos arrastados pelas correntezas, todos os corpos eram corpos de baratas – dado importante este. Entretanto, algum que não é de barata cairá morto ainda nesta noite. Sei disso, pois os detetives sabem disso. Eu sou uma detetive, ou melhor, uma detetiva, se me permitem o neologismo. hihihi (ops!) Preciso evitar o crime. Olho embaixo do sofá, não há ninguém. Subo na mesa, ninguém. Olho atrás das portas: ninguém. Subo prateleira: ninguém. Desço: ninguém. Ninguém no banheiro, na área, nos quartos. Faço todo o percurso novamente. Ao final, cansada, extremamente cansada, descubro que caí na armadilha do vilão. Fui eu mesma a vítima: caio morta de cansaço no sofá e apago: que crime este, sou vítima e assassina ao mesmo tempo.
Ass.: A Gata Christie


