Fãs,
Um segredo não pode ser longo. Deve ser contado baixo, aos sussurros. Um segredo não pode ser contado longe, para que ninguém veja sequer o mover da boca. Um segredo deve ser contado cerca do ouvido, a ponto de provocar arrepios nos pelos, a ponto de ficarmos na dúvida se a língua não nos tocou suavemente. Um segredo não pode ser uma novela, um romance, sequer um conto. Um segredo deve ser, no máximo, um verso, mas um verso moderno sem muitos jogos de sintaxe ou floreamentos inoportunos. Um segredo deve ser cru, direto, de dicção perfeita ainda que sussurrado. Um segredo não pode ter um conteúdo suave, deve ser tal qual um murro na barriga, deve causar a destruição do mundo quando revelado, como a carta de Fátima. O segredo deve ser oralizado, esqueçam a carta citada anteriormente. O segredo não pode estar em papel, em um livro chamado Segredo. O segredo deverá ser negado, escondido e existir entre no máximo dois seres que, após, sabê-lo, têm o olhar modificado para sempre.
Ass.: Borges, o gato – @borgesogato
Lindo texto!!!
Segredos ultimamente só com meu diário mesmo Borginho.
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CLAP! CLAP! CLAP! CLAP!
Bravo! Bravo! Bravo!
Arrasou.
🙂