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Couro de sofá

Fãs,

Pessoa está acampada atrás do encosto do sofá. Ela se hospedou pela manhã. Veio a tarde, veio a noite e Pessoa continuou ali. “Saia, Pessoa”, falei. E ela disse que não saía: “Borginho, não posso deixar minha mãe!” “Mãe?”, “Sim, olha como nós somos parecidas, eu sou feita da mesma pele que ela.” Por sua aparência similar ao sofá, Pessoa achava que o sofá é sua mãe. Christie também tentou explicar a ela que não passava de uma coincidência, que o sofá e ele não tinham parentesco algum, mas Pessoa insiste. Quando papai chegou na sala, Pessoa lhe falou: “Senta em cima de mim, pai! Pois quero ser igual minha mãe em tudo.” Nossa mãe humana e verdadeira, entretanto, muito sábia, conseguiu rapidamente convencer Pessoa que ela não era filha de sofá algum: “Pessoa, já que você é igual ao sofá, saiba que esse sofá precisa ser aspirado e você também será.” Mamãe ligou o aspirador e, quando o levou em direção a Pessoa, ela correu, correu, correu e logo viu que não era da família dos sofás, pois sofá não tem pernas.

Agora, Pessoa está sob as pernas duma cadeira cinza e diz a ela: mamãe.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

 

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