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Dentes

Fãs,

Pessoa tem os dentes de leite, mas parecem de sabre. Pessoa rói tudo: papel, papelão, linha, fio, cordão. Os dentes da Pessoa caem, mas acho que é de cansaço de trabalhar. Pessoa tá trocando seus caninos pelos felinos. “Borginho, não entendo nosso corpo, cai um dente, nasce de novo; cai pelo, nasce de novo; mas se me cai uma perna, não nasce de novo.” Eu não soube explicar, minha leitura é mais literária do que médica. Apenas acrescentei: “diferente do pelo, os dentes só nascem mais uma vez.” Em seguida, Pessoa me mordeu: “Borginho, então deixa eu usá-los bastante, pois estes só ficarão comigo poucos meses da minha vida, os outros vão ter a vida inteira pra te morder.”

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

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4 comentários em “Dentes

  1. Borges, tô adorando acompanhar o desenvolvimento felino pelos olhos de um poeta! A infância, em todas as espécies, é uma fase linda de se ver.

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