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Durmo ergo sum

“Dubito, ergo cogito, ergo sum” (tradução popular: duvido, logo penso, logo existo. Ou na minha: duvido, logo reflito, logo sou).

A frase em latim é do Descartes. Para não perder o trocadilho, digo a vocês, fãs: “descarte-a!” Primeiro por ser em latim, esta língua com nome quase canino. Segundo porque pensar e duvidar não faz de ninguém existir. Enterrarei sob areia fecal toda a filosofia ocidental humana. Acompanhem meu raciocínio:

– Uma pedra existe? Sim! A pedra pensa? Não. Mas que raios então é necessário pensar e duvidar para existir?

Ah, Borginho, mas a pedra não tem noção da sua própria existência, logo, ela não existe para si própria.

Mas peralá, um ser pensante pode duvidar e pensar para os dois. Se um homem pensa na pedra, ela existe duplamente: na sua realidade objetiva e na sua realidade subjetiva.

Agora dormir, sim, prova a existência!

Um pedra dorme? Claro, está lá paradona, dormindo o tempo todo. Invejo as pedras. Se ela dorme, logo existe. Um humano dorme? Claro. Então ele existe! Dormir é o único estado necessário a tudo: tudo precisa ir rumo ao  repouso. Fantasmas dormem? Não! Por isto eles não existem. Um dia o sol se apagará, um dia a Terra parará de girar e todo esse parar é que garante a sua existência: todas as coisas dormirão e é justamente para dormirem, esperando o momento de descanso que existem. Durmo ergo sum! A filosofia felina explica o mundo: filosomia.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

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7 comentários em “Durmo ergo sum

  1. Profundo… mas a carinha foi o melhor, Borgimho. Lambeijos do Zezinho, Luisinho, Huguinho, Frederico Serrote e Ritinha

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