885

E me crava os dentes, “ai”

Fãs,

Ela brinca com meu rabo. Eu o deixo, assim, de lado. Ela vem ali se deita. Ora pensa que é uma chupeta. Ora chuta como  fosse futebol.

Eu digo: “me deixa dormir, minha irmã!”, isso aqui não é anzol de gato, nenhum tipo de artefato pra que queira pra você.

Ela mia e me acorda, usa meu rabo qual fosse corda pra descer pelo sofá. Logo sobe, logo volta. Cada vez mais meu pelo solta, de revolta ou de pavor.

E vem a dor que me sobe lá debaixo, procuro por ela e já não acho. Escondeu-se sob os avisos dos meus gritos, aparece na sala, meu pai, minha mãe e eu me irrito: “essa gata tá mordendo o que é meu!”

Ali no rabo, pisoteado qual cabeça de serpente, sem pelo, sem jeito, doente, encontro o último rastro de Pessoa, deixou-me cravado o seu dente.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

 

885

886

884

3 comentários em “E me crava os dentes, “ai”

  1. Ownnnn Borges, pobrezinho de você… dá uma patada de traseira certeira nela… com todo cuidado, claro, mas dá um chega-pra-lá, se imponha, meu fofo.

Deixar um comentário