Fãs,
É sempre pela manhã. Faça sol, faça chuva, os macacos estão ali. Eu também, na janela, a olhá-los. Macacos, diferente dos gatos, creio que não são muito chegados à filosofia. Pelo menos não à mesma que a nossa. Talvez eles sejam existencialistas, nós gatos somos mais epicuristas. Mas são engraçados com seu jeito grosseiro e mal educado. Não são de dar bom dia. Eu digo: “bom dia” e eles me mostram a bunda. Talvez isto, na cultura deles, seja um gesto de alguma nobreza, não entendo direito os hábitos e tampouco seu macaquês. Na biblioteca do meu pai não há nenhum livro que ensine. Estamos ensaiando uma comunicação em gestos. Eu lhes aceno com a pata e eles chegam pertinho no muro. Dão um rodopio ou dois em minha direção, eu lhes devolvo um abanar de orelhas, eles saltam. Penso se eles pensam no que penso. Talvez estejam ali a achar: “pobre daquele macaco branco por detrás das grades.” E eu penso: “pobre deles livres, sem pais para os criar.” E ficamos assim, em gestos e em pensamentos, um com piedade do outro. E não é assim o mundo: essa piedade de tudo que não é como nós?
Ass.: Borges, o gato – @borgesogato
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Cuidado!!!! eles são meio que violentos, na minha cidade eles atacam as pessoas de dentes e garras, fala pra mamãe deixar tudo bem seguro pra vc meu loirão e a propósito vc acenando é lindo demais.
Borginho, vc como sempre tem textos maravilhosos. Gostaria de saber uma coisa: qual de seus pais fez filosofia? EU sou formada em Ciências Sociais e meu marido fez filosofia. Ele fica encantando com as citações e sua erudição!
Bem por aí Borginho…
Macaquinho lindo.