Fãs,
Pessoa na janela da avó aprende sobre os carros. Fazem barulhos como ronrons, correm, tem pneus que amaciam o contato com o chão como se fossem almofadas de gato. Da janela, Pessoa queria pegá-los, como se fossem mosquitos. “São muitos”, diz Pessoa. “O mundo está infestado deles.” De repente, a batida. Carro pra um lado, carro para o outro. Sai gente de dentro: “Borginho, os carros que bateram tinham engolido gente. As pessoas agora fugiram.” Os carros foram rebocados. Veio a noite. Faróis acesos. Eram como vaga-lumes imensos. Pessoa ainda sem entender que animal é aquele que não é gato, que come gente, que anda em bandos como mosquitos e que pisca como vaga-lumes. Papai explicou que são carros, como o que ela andou pra chegar na casa da vovó, só que agora ela via aos montes, na rua. E Pessoa pensou a noite inteira em como o homem amava os carros ao pontos de fazer estradas pra eles, pontes, viadutos. E pensou que quase todo mundo tem seu carro de estimação. Imaginou, Pessoa, que o mundo deveria ser assim para os gatos. Os homens lhes fariam estradas, pontes, viadutos e cada família teria pelo menos um, ou dois, ou três…
Ass.: Borges, o gato – @borgesogato
Deveríamos ter mais gatos (e cachorros) e menos carros…
Pessoa está certa, antes os homens amassem os gatos ao invés dos carros…
De acordo *_*