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Posse

Não eram brinquedos novos, mamãe? Não eram nossas as prateleiras? Não! Como assim?

Fãs,

Foi assim que começou meu dia. Acordei e havia um monumento estantual edificado em minha sala. Imediatamente Christie e eu escalamos para desfrutar daquele arranha-teto didático gatológico. Foi divertido. Perseguíamos um ao outro e tentávamos alcançar o patamar superior. Eis que surge minha mãe na sala: “Que isso, Borges? Que isso, Christie?” Descobri que as estantes não eram nossas. Eram estantes para o escritório da minha mãe. Não sei se me assustei mais pela audácia interruptória de minha mãe em nossa brincadeira ou pela surpresa de descobrir que algo nessa casa poderia não ser meu. Mamãe olhou nossos olhos arregalados e parou. Ficamos imóveis. Ela também. Um silêncio infinito tomou conta da sala. Mas a infinitude teve um fim pela voz da mamãe: “Tá bom, desculpem, depois pego as estantes, podem continuar a brincar.”

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

 

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Olhares surpresos
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Dois corpos, uma cabeça

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