466

Religião: comida

Fãs,

Ao acordar, cambaleei até o pote de ração. Assustei-me. Corri até a cama do papai e pulei algumas vezes em sua barriga para acordá-lo:

– Pai, o que é aquilo no meu pote de ração?

– Ai, Borginho… é ração, oras!

– Mas, pai! Hoje é dia de comer peixe.

– Que dia de comer peixe o quê, Borges!

– Pai, aquela ração é de cordeiro e não se pode comer cordeiro hoje.

– Filho, nós não somos católicos!

– Ah, não fale por mim. Me converti.

– Se converteu?

– Claro, pai. Eu quero comer atum!

– Esquece, Borges. Não vou levantar agora.

– Se eu comer ração de cordeiro meus dentes podem cair, minha barriga explodir e eu morrer!

– Não seja dramático. Quem te disse isso?

– Vi o papa Francisco dizer hoje na televisão em latim: “Gatus dus mundus, no comed carnus!”

– Agora que já acordei mesmo vou lá te dar teu atum, seu mala.

Papai levantou, foi até a cozinha e colocou meu pote de atum. Christie e eu comemos como os mais fiéis católicos. À tarde, senti um cheiro vindo da sala.

– O que é esse cheiro delicioso, papai?

– Tô comendo sanduíche de frango!

– Também quero!

– Esquece! Você agora é católico, não pode comer carne hoje.

– Papai, frango é carne branca. Tô vendo ele daqui, é branquinho, branquinho…

– Mas não pode, mesmo assim. Católicos só podem comer peixe.

– Pai, esqueci de te avisar uma coisa…

– O quê?

– Me desconverti.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

467

466

7 comentários em “Religião: comida

  1. Borginho? Dramático é pouco! “se eu comer ração de cordeiro meus dentes poden cair, minha barriga explodir e eu morrer!” ahahahaha, só morre se for de tanto comer, kkkkk… Peixe, frango, cordeiro, etc… Gatão safado heim! 😉

Deixar um comentário