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Resgates

Fãs,

Pessoa subiu no armário e, por motivo desses da vida, como pessoas que não voltam depois de sair para comprar cigarros; pessoas que se perdem em floresta sem rumo; gente que dá um mergulho e não volta mais; Pessoa não voltou. Ficou lá em cima, como fosse a casa dela. Ficou residindo como fosse ela parte do armário. Assim, Pessoa desconformou meu pai que subiu num banco para resgatá-la. Pessoa, ao longo do dia, teve que reaprender a ser gata e esquecer de ser armário.

Já três da manhã, meu pai trabalhava no computado, por motivos humanos desses: buscar um objetivo na vida, ganhar dinheiro, sentir-se parte de uma sociedade globalizada, ele ficava ali e as horas passavam. Ficou tanto tempo que já não se sabia mais quem era ele e quem quem era computador. Mãe falava e pai já não respondia. A gente miava e ele teclado. A gente pulava e ele mouse. Até que Christie foi lá, sentou-se ao lado do computador, esfregou-se nele e o trouxe de volta à vida. Papai, ao longo do dia, teve que reaprender a ser gente e esquecer de ser computador.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

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O resgate de Pessoa
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O resgate de papai!

 

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