Fãs,
Gatos dormem muito, todos sabem. Mais que os humanos, o dobro, mais ou menos. Por consequência, gatos sonham mais. O dobro, mais ou menos. Geralmente vou dormir pensando em livros. Fico recordando as histórias que li ao longo do dia, pensando em algo para escrever e pego no sono. Sonhos, dizem os humanos, são reveladores. Se um humano vai andar de avião e sonha com avião caindo, ele evita andar. Se morre uma pessoa em seu sonho, ele liga imediatamente pra ela e pergunta se está bem. Comigo, algo que acontece, é pensar textos nos sonhos. Já sonhei com alguns versos, já sonhei parágrafos pequenos e bem longos, já sonhei livros inteiros. Às vezes, já de madrugada, acordo sobressaltado para anotar o que sonhei, ligo o computador e começo a unhar as teclas. Assim que o dia acorda e meu pai levanta, mostro a ele: papai, papai, veja o texto com o qual sonhei. Papai lê, entre remelas, às vezes descansa um olho e abre o outro, para depois me dizer: “isto está uma porcaria, Borges.” E sempre é assim, fãs. Prova de que os sonhos não são como sonhamos. Para ter ideias é bem melhor estar acordado e para escrever é bem melhor que não seja entre um sonho e outro da madrugada. Os sonhos, fãs, pelo menos os meus, são equívocos. O antônimo de vidente é Borges.
Por Borges, o gato – @borgesogato


Fofonildo! Imagino como seus sonhos devem ser puros e inocentes…
Ô seu lindo!
As vezes os textos desprezados hoje, serão redescobertos como verdadeiros tesouros no futuro… Papai, não despreze os textos dos sonhos do Borginho hehehe 😉
Curiosidade veio ao máximo agora pra ler essas “porcarias” que vem entre seus sonhos.