Fãs,
Algumas tias me dizem: “Ai, que lindinho seu sotaque de carioca falando tudo axxxxxiiiiim, com as tiaxxxxxx!” Engraçado é que quem fala mal percebe que tem sotaque, o outro de fora é quem consegue perceber. Já teve tio que disse que tenho sotaque de bandido, pois aí pelo mundo, carioca tem sua imagem associada ao crime, né? hehehehe. Acho engraçado, pois gatos também têm, então sou criminoso duas vezes: por ser gato e por ser carioca.
Meu português veste shorts, anda sem camisa e arrasta as havaianas pra falar, esse S chiado, nada mais é do que as havaianas arrastando descompromissadamente. Parece tudo normal, mas quando um fã de São Paulo olha, acha estranho meu sotaque estar na praia na hora de trabalhar e manda que eu pare de ser preguiçoso e pronuncie o R na boca e não na garganta e que as vogais nasalizadas saiam mesmo à rua pra desfilar.
Conheço uma tia, muito simpática, que veste seu português com roupas de baiana e gosta de levar a língua mátria pra comer acarajé. De tarde, suas palavras dormem na rede, descansam roncando e só conseguem falar se for bem devagar, arrastado, como se as frases pudessem ser infinitas independente do número de palavras. Essa tia se chama Adriana Santos, lá de Salvador me mandou um regalito, um dicionário de Baianês escrito pelo Nivaldo Lariú e que já estou aqui devorando entre petiscos. Agora, minha língua vai andar não só de chinelos, vai usar chapéu de coro e ser mais apimentada, minha língua vai querer dormir tanto quanto eu e, talvez ser baiano, me ensine a ser mais gato.
Ass.: Borges, o gato.
Com carinho e agradecimentos à tia Adriana Santos. Obrigato pelo presente e pela ideia de fazer a paródia do Bode Gaiato.
Ai Borginho ganhando presenti…
Borges quero te mandar um regalo mas so se vc fizer um textinho pra mim tbm.
Beeijos…
Qdo eu comprar seu presente te aviso ai vc manda seu endereco!!
Beeijos
Ai, que fofo!
Esse dicionário baianês é bem divertido… a tia já leu também!
Sobre seu sotaque: muito amor você falando “fanssss” nos vídeos! *-*
Lambeijos!
Borges, seu lindo, fiquei emocionada com o texto.
Você tinha escrito que, quando o presente chegasse, me avisaria. Mas não esperava que seria dessa forma!
Eu é que agradeço, e muito, por transformar meus momentos entediantes de folga em momentos mais que divertidos, nos quais posso refletir sobre determinados assuntos, nos quais posso rir de forma descontraída, sem preocupações, pensando no quanto a Gatidade está fazendo bem a mim e aos demais gateiros de plantão.
Sou professora de pessoas com def. visual e procuro incentivá-las ao prazer da leitura e da escrita através de seus textos. Apresento-lhes os memes (devidamente descritos) e os textos para que, dessa forma, compreendam que é possível a eles produzirem sua escrita, expor seus pensamentos com liberdade, sem a preocupação de estarem sendo eternamente avaliados, eternamente discriminados.
Obrigada, Borginho, Christie, Grey (ainda que não tenha espaço aqui… rsrsrsrsrs) por tudo!
Beijins nos lindos focinhos.
Adriana Santos.
Adriana,
Incrível como me emociono com o Borginho e seus fãs.
Li o texto e seu agradecimento com lágrimas nos olhos…
É um gato me tornando mais humana… Ou mais felina, já que os humanos têm andado muito sem humanidade ultimamente.
BJ!!!
Pois, é, Ethel. Fico tão feliz em acessar a net e encontrar a humanidade sendo contaminada pela Gatidade. Acho que estamos encontrando o caminho certo para nos tornarmos cada vez melhores enquanto pessoas.
Bjs!
🙂
Aproveitando o espaço… (#TiaDriAproveitadora!)
Alguém no Face indicou a leitura do livro “Eu sou um gato”. Encontrei a resenha do livro e achei bastante interessante, pois nos apresenta não só a “visão de um gato sobre seu dono”, mas algumas coisas da cultura japonesa. Eis o texto:
“Eu Sou um Gato”, de Natsume Soseki
Após um título sugestivo e algumas breves apresentações, nossas suspeitas são confirmadas: o narrador é um felino. No entanto, não se trata de um gato fanfarrão como Garfield, ao qual estamos acostumados, o narrador de Soseki é um animal sem nome, possuidor de notável inteligência e ironia. Apesar de dedicar muitas páginas expondo suas próprias experiências, ele concentra a história na sociedade japonesa, com críticas sempre direcionadas aos seres humanos.
“Os humanos têm quatro patas, mas se dão ao luxo de utilizar apenas duas. Poderiam andar mais depressa se usassem todas, mas se contentam apenas com um par, deixando as restantes estupidamente penduradas como bacalhaus postos a secar.” O livro está repleto de passagens como esta, onde ações comuns da humanidade são abordadas de forma irônica e um tanto reflexiva.
Não é à toa que muitos consideram Soseki, o Machado de Assis japonês. De fato, o felino de Eu Sou um Gato, em muito se assemelha ao defunto autor de Brás Cubas. Ambos não possuem compromisso com a sociedade, podendo munir-se de sarcasmo para narrar os fatos, e os interrompendo a seu bel-prazer para expor filosofias, ou ainda, para começar outra narração. Acho incrível poder estabelecer uma relação entre duas literaturas tão distantes, que comprovamos estarem tão próximas.
Entendo que, vindas de um mero felino sem nome, 486 páginas possam parecer petulância. Entretanto, o livro pesa pouco para aqueles que querem conhecer a cultura japonesa, ou simplesmente se divertir com os pensamentos de um gato. Recomendo a leitura, mas antes, tenham em mente um aviso do narrador: “Nem pensem em desdenhar de meus conhecimentos”.
Obs.: A obra de Natsume Soseki está muito ligada com a sua biografia, então vale a pena dar uma pesquisada na vida do autor antes de engajar o livro.
Boa leitura, pessoal!
Primeiramente parabéns Adriana pelo belo presente que deu ao Borginho.
Eu acho legal quando vários sotaques se encontram e fica aquela mistureba.
Adorei a sua dica de livro: gato + cultura japonesa.
Vou procurar!
Bj!
Vc de baianinho ficou muito porreta Borginho!
Ahhhh essa tia Adriana ta conquistando en!!!!
Parabéns pela homenagem Borges!!
Beijãão para vcs..