O dia em que a Christie ficou famosa

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– Trim, trim, trim! – Borginho, é o telefone. Mamãe tá ocupada, pode atender? – Ai, mãe, não gosto. – Por favor, Borginho! – Tá bom! Vou atender. – Obrigada. – Alô. – Quem tá falando? – Eu. – Eu quem? – Ah, odeio isso. Pode falar o que você quer! – Aqui é do … Leia Mais…

Olhar pra dentro e pra fora

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Olá, fãs! Gosto de passar grande parte do meu dia (ainda que essa parte grande seja a pequena parte em que estou acordado) observando o mundo da varanda, exercitando meu olhar pra fora. Fora, descubro o poodle da vizinha, o moço que varre a rua, a amendoeira, o orvalho, os micos e até outros gatos. … Leia Mais…

O pesadelo do gato

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No começo, eu saltava por campos de catnip que balançavam ao vento com um cheirinho de atum. De repente, fez-se noite. Eram nuvens imensas repletas de água. Eu corria para um lado, corria para o outro. Tentei me abrigar debaixo de um pé de sachê de carne, mas ele simplesmente murchou. Começaram trovões altos, muito altos, mais altos que fogos de réveillon. Era evidente que em poucos segundos ia cair um dilúvio. Christie apareceu em cima de uma pedra imensa, ela gritava: Borginhooooooooooo, Borginhooooooooooo… eu tentava subir, mas não a alcançava. Mario Grey apareceu ao lado dela e falou: deixe-o aí, precisamos ir. E se foram. As nuvens estavam quase encostando em minhas orelhas de tão pesadas.  Decidi me afastar da pedra e ir na outra direção. Surgiram na minha frente 132 ratos bípedes (eu sei porque rapidamente contei). Eles estavam fortemente armados: uns carregavam spray de água, outros secadores de cabelo, outros aspiradores de pó. Comunicaram que queriam me devorar. Eu ajoelhei diante deles e disse que nunca tinha comido um ratinho sequer, que não fizessem isso. Eles falaram que não interessava, que eu estava pagando pela minha espécie. Surgiu, então, uma horda de 3 bilhões de mosquitos (eu sei porque contei) e chupou todo o sangue dos ratos exatamente ali na minha frente. Respirei aliviado: “Não tenho como agradecê-los!” E eles me disseram: “Não há porque agradecer, você é o próximo e sabemos que mosquitos você já devorou muitos!”

Nesta hora acordei. Christie roncava como um velho constipado. Papai estava dormindo normalmente, com sua tradicional roupa de mendigo. Mamãe estava ali, como uma princesa, dormindo de braços abertos como se fosse para me receber. Deitei sobre ela e ronronei. Acho que nunca mais comerei mosquitos, causam má digestão e pesadelos terríveis.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

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Dormindo sobre o casaco da mamãe e o cinto do papai.

 

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No começo o sonho tava bom, mas foi virando pesadelo.
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Foi nesta hora aí que acordei assustado: mosquitos são indigestos.

O comportamento felino revelado pelo sonho

Fãs, Estive na biblioteca revisitando uns livros do tio Freud e do tio Jung. Acho interessante essa coisa de eles estudarem os sonhos para saber como somos. Eu sonho muito: sonho com bibliotecas infinitas e hexagonais, labirintos em que habitam minotauros tristes, poemas em línguas de planetas ainda não encontrados e com um campo que … Leia Mais…

Por que insistem em me acordar?

Fãs, Christie não sossega o rabo, literamente. Fica atrás do papai, com seu rabo em pé falando: quero tirar foto com mermão! Quero tirar foto com mermão! Quero tirar foto com mermão! Ela não entende que sou um astro e, como astro que sou, quero dormir e não tirar foto. Quem gosta de tirar foto … Leia Mais…