Fãs,
Mamãe trouxe na mochila um pedaço de borracha murcha. Assoprou, assoprou, assoprou, virou um balão. Torceu daqui, torceu dali, deu nó, deu outro nó, virou um bicho. Pegou caneta, colocou carinha: virou um rato. Mamãe com o pedaço de borracha murcha fez um rato. Mamãe é quase igual a Deus que assoprava nas coisas pra dar vida.
Christie e eu passamos a noite toda brincando com o ratinho azul. Ele era simpático, estava sempre sorrindo um sorrisinho azul demais. Eu jogava pra lá, Christie pra cá. Eu mordia as orelhas, a Christie, o rabo e o pobre nem se queixava sequer. De repente, não sei se tímido, se cansou de brincar, se acabou seu tempo entre nós, o ratinho começou a esvaziar, esvaziar, esvaziar. Toda vida que a mamãe colocou nele, saiu por um buraquinho bem miúdo. Ratinho era tão valente em sua carne de borracha que sua pele está aqui na minha cama até agora, mas era um frouxo de alma, pois ela fugiu de nós e agora está aí vagando e sendo respirada pelo mundo.
Ass.: Borges, o gato – @borgesogato



Cada dia mais poeta, Sr Borges! Lindo texto, lindo rato!!!
Borginho, almas q fogem são mesmo assim… Vão sendo respiradas por aí. Até… Bem, até sempre… Ou até nunca mais… Na verdade não sei… Bj
Hj vc se superou na alma de poeta, Borginho!
Me deu até vontade de fazer um brinquedo igual pros meus bichanos
Querido Borges, sou apaixonada por gatos e qdo leio seu blog essa certeza se fortalece. Você é demais! Lambeijos
Seu post de hoje está extra poético, lindo lindo Borginho! Acho que você respirou toda a alma do ratinho e ficou inspirado por ela!
Kkkkkkkk, ri muito com esse texto Borginho! Frouxo de alma foi boa… Bjokas pra vc e pra Christie.
hahahaha….ri muito com o pastel chinês!! Acho que esse ratinho serve mais pra entreter crianças humanas do que gatos….
Beijos
Tem como não se apaixonar cada dia mais por você?
Borges, esse foi o ciclo da vida do ratinho! Ele se foi, e não há nada que poderá ser feito!!
A comparação com o pastel chinês é válida! Sempre reparei que esses pastéis andam meio sem alma!!!
Adorei, Borges! Será que vc anda lendo Mia Couto??? Seu texto me lembrou muito de alguns escritos dele…
Sim, tia! Esses episódios de fim de mundo me saíram de Terra Sonâmbula, livro que li na biblioteca do papai e gostei muito! Feliz por ter fãs tão perspicazes!
Lambeijos, volte sempre!
😉