Um texto de futebol sem fotos de bola e gramado

Olá, fãs!

O futebol é movido por seus clichês: “O jogo só acaba quando termina!”, “Fez um milagre no gol!”, “‘futebol é arte!” e o meu favorito: “futebol é uma caixinha de surpresas.” É justamente esta frase que me faz entender o que é futebol para os humanos, afinal, eu adoro caixinhas, principalmente se são de papelão. Fico feliz quando vejo uma, gosto de me sentir parte dela, me imagino virando papelão também, tanto que como parte do papelão quando estou lá dentro. Acredito que com os humanos também seja assim: o jogo lhes dá felicidade, eles querem se tornar parte daquele espetáculo, se sentir ali no gramado! Não é à toa que ao jogador que vai melhor dizem: “ele tá comendo a bola!” Esse é como o gato, em sua plenitude, satisfeito em sua caixa, esbanjando sua beleza felina.

E quando a sua seleção perde é como um gato que teve sua caixinha jogada fora ou ocupada por outro felino: é tristeza, choro, decepção. Afinal, quando um outro felino ocupa nossa caixa é o mesmo que: ouvir “eu continuarei neste campeonato, você não!” É uma eliminação de fato, de gato. Mas, a caixinha jogada fora é a tristeza final. É a Copa chegando ao fim, aí não importa se fomos campeões ou não: nos resta aquele vazio existencial de um mundo sem futebol, sem caixas e sem surpresas.

Ass.: Borges, o gato – @borgesogato