Fãs,
Um chinelo apareceu de repente na sala. Pessoa quis brincar com ele; Christie no quarto estava, no quarto continuou; eu me escondi. Tenho medo de chinelos desde que ouvi que eles matavam mães, já vi chinelo voar no quengo dos outros, já vi chinelo ser a pedra no caminho que faz tropeçar. Christie não, Christie diz que chinelo é qualquer coisa, é como um ventilador, uma estante, uma televisão: não serve de porcaria nenhuma, sequer vale a pena acordar. Pessoa acha chinelos divinos: “são brinquedos, Borginho e são, também proteção, os humanos usam como se fossem armaduras para os pés.” Destemida, Pessoa brinca com aquela arma. Se fosse eu, aposto que o Chinelo se voltaria contra mim e me daria duas ou três lambadas. A vida sempre protege os loucos destemidos e parece que sempre pune os medrosos, mas como deixar de ser medroso se sei que a vida me pune?
Ass.: Borges, o gato – @borgesogato

Metáforas chinelísticas numa manhã chuvosa.
Cool.
🙂
Eita que o negócio agora foi sério.
Ahh gente, que texto delícia!